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Anunciando um Deus vivo, não uma teoria.


Qual a missão da Igreja, e com ela a de todos nós, batizados? Anunciar ao mundo Jesus e a Sua obra.

Nós somos anunciadores e precursores de Jesus Cristo. O centro de nossa pregação não é o reino de Deus, mas Jesus Cristo, porque Ele é o reino realizado.

Existe uma vasta literatura sobre evangelização.. há cursos que procuram dar uma boa formação aos pregadores, que têm uma função de enorme importância em toda a evangelização. Entretanto, aqui nos parece oportuno introduzir algumas reflexões sobre o "anunciar" na pedagogia de Jesus.

O primeiro aspecto que fica evidenciado é que, para Jesus, o anunciar já se iniciou com o primeiro passo: Buscar, depois Acolher ,Valorizar e Atender as necessidades de cada um é que lhes vai falar do grande amor com que Deus os ama. Só depois de ter testemunhado o amor de Deus é que Ele lhes fala do amor que já estão experimentando .

Não se trata mais de uma teoria ou de uma ideologia. É algo concreto e vivido, o acolhimento da pregação nestas circunstância é completo, pois o terreno já está preparado para isso. É assim que devemos preparar o terreno. Anunciar é uma etapa do processo de evangelização, não é o primeiro, nem o último. A evangelização é uma caminhada com as ovelhas que Deus nos confiou, cuidando para que "nenhuma delas se perca". (cf. Mt 18, 12- 14)

Quando falamos em anunciar, logo pensamos na pregação, e no sentido mais estrito ainda, o sermão. Anunciar o Senhor vai além disso. É falar do Cristo ressuscitado, mesmo sem usar palavras. Bem como disse São Francisco de Assis: " Pregue o Evangelho em todo tempo. Se necessário, use palavras.”

Dessa maneira, precisamos ampliar largamente nosso conceito de anunciar o evangelho. É comum encontrar quem trabalha no acolhimento das pessoas sem considerar seu trabalho como um ato de evangelização. Evangelizar é transmitir esse amor que nos atingiu, de todas as formas, seja com um sorriso, seja com um serviço.

É um erro comum, pensar que a evangelização e o anúncio de Jesus Cristo se dá apenas na pregação, no momento do sermão. Olhando para Jesus vemos que ele não faz distinção entre um momento e outro. No Evangelho isto fica claro, o Senhor usava de todas as situações para a anunciação da Salvação, seja ceiando com seus discípulos, seja no meio das crianças, seja curando e realizando grandes obras.

A esse respeito ,vale a pena destacar um aspecto que quase sempre passa despercebido nos evangelhos. Grandes ensinamentos de Jesus foram feitos muitas vezes para públicos bem reduzidos. É o caso da Samaritana no poço de Jacó, ou da caminhada de Jesus com os discípulos de Emaús, ou ainda a conversa com Nicodemos, com o jovem rico e assim por diante. Aliás, sua estratégia estava mais para trabalhar e formar pequenos grupos, dando-lhes maior estruturação, do que alcançar grandes públicos, em massa.

Um segundo aspecto que chama atenção no Evangelho é a simplicidade dos ensinamentos de Jesus. Sabemos pelos testemunhos registrados nos Evangelhos que Ele usava de uma linguagem simples, muitas vezes em parábolas, para que todos pudessem experimentar deste Anúncio. Assim notamos que seus ensinamentos são feitos com grande simplicidade e, ao mesmo tempo com grande coerência e profundidade.

Em momento algum se nota alguma sofisticação desnecessária ou sequer demonstração de conhecimento superior aos demais. Dito de outra maneira, Jesus não se diferenciava dos demais por Seu discurso ou conhecimento. O que O diferenciava eram Sua segurança e autoridade.

A segurança de Jesus está fundamentada não em um conhecimento prévio, mas em sua comunhão com o Pai e na ação do Espírito Santo. Ele sabia estar ligado à fonte da Sabedoria, por isso estava sempre seguro. E nos ensina a praticarmos o mesmo:"Não vos preocupeis com o que haveis de falar, pois o Espírito Santo falará por vós" (Lc12,11-12).

A verdadeira e autêntica evangelização não está em anunciar primeiramente as doutrinas e as exigências do Evangelho, mas em primeiro lugar anunciar a pessoa de Jesus Cristo. O cristianismo não pode ser reduzido a uma ideologia ou simplesmente uma teologia. É possível que o homem de hoje tenha um encontro pessoal com Cristo crucificado, como teve São Paulo no caminho de Damasco (At 9, 4-5), como tiveram os apóstolos (Jo 20, 19-23) e que também depois teve Tomé (Jo 20, 24-29). Estes tiveram uma experiência tão viva, tão concreta que se tornaram testemunhas eficazes da pessoa de Jesus Cristo. Estes viram, ouviram e tocaram em Jesus (1 Jo, 1-4; At 2, 32), portanto não puderam mais calar (At 4, 18-20). Tinham que anunciar, tinham que difundir a graça que haviam recebido.

Não dava para retê-la, era forte de mais. Experimentaram o amor de Deus através de Jesus e receberam a graça de amá-lo. Seus corações cheios de gratidão por terem sido visitados por Deus, pois se sentiam profundamente curados, libertados de suas dores, se sentiam impelidos a contagiar a toda a humanidade para que esta também experimentasse a grandiosa graça de se desfrutar da amizade da pessoa de Jesus. Além do que se sentiam impelidos de fazerem com que todos que conhecessem a Jesus, uma pessoa inexplicável, amorosa, apaixonante, cativante por sua beleza e bondade, tivessem o coração transbordante de amor por ele.

O Evangelizador precisa ser consciente de sua missão, precisa ter a noção exata do seu chamado, como tinha Jesus. Ele não se importava do Seu sucesso, se era aceito pelas pessoas que O ouviam, nada fazia Jesus recuar de Sua missão de proclamar a Boa-Nova de Seu Pai. O Evangelizador precisa primeiro ter uma experiência com a pessoa de Jesus Cristo.

Será que nós, evangelizadores, teríamos a mesma atitude de Jesus? Será que nós somos conscientes que temos a missão de evangelizar e não só um trabalho a desenvolver? A missão de evangelizar não é uma escolha da nossa parte, esta missão é um mandato de Deus. Evangelizar não é uma decisão da nossa parte, que podemos dizer “sim” ou “não, ao contrário, como diz São Paulo: “Pois para mim anunciar o Evangelho não é motivo de orgulho, é uma necessidade que se me impõe: ai de mim se não anunciar o Evangelho! Se o fizesse por minha própria iniciativa, eu teria direito a salário; se, porém, sou obrigado a isso, é um encargo que me é confiado. Qual é então o meu salário? É oferecer gratuitamente o Evangelho que anuncio, sem usar dos direitos que este evangelho me confere” (I Cor 9, 16-18).

Não fomos nós que tivemos a iniciativa de evangelizar, é Deus que nos confere este encargo, esta missão, da mesma forma que conferiu a Jesus. Ele mesmo disse que foi enviado pelo Pai, não foi ele mesmo que se enviou, aliás, isto não existe, o envio é sempre iniciativa de outro.

Nós fomos enviados pelo Pai, através de Jesus, para anunciar o Evangelho de Deus, não por nossas qualidades, competência, mas por misericórdia de Deus, que derramou sobre nós a mesma unção de Jesus. Nós não anunciaremos o Evangelho esperando sermos aceitos, sermos aplaudidos, a termos sucesso. Esta não deve nunca ser a nossa motivação, mas para cumprir um mandato divino a fim de atrairmos aquelas ovelhas que são do aprisco do Senhor, mas que ainda não foram congregadas lá. O evangelizador precisa compreender o “valor” que possui uma alma para Deus e para todos nós. .

Precisamos investir na salvação de todas as almas. Resgatar todas para Jesus. Tomando a mesma atitude de São Paulo: “Sim, livre em relação a todos, eu me fiz escravo de todos, para ganhar o maior número deles. Eu estive com judeus como um judeu, para ganhar os judeus, com os que estão sujeitos à lei, como se eu o estivesse – ao passo que eu mesmo não estou – , para ganhar os que estão sujeitos à lei; com os que são sem lei como se eu fosse sem lei – quando não sou sem lei de Deus, visto que Cristo é a minha lei -, para ganhar os que são sem lei. Eu compartilhei a fraqueza dos fracos para ganhar os fracos. Fiz-me tudo para todos, para de alguma maneira salvar alguns. E tudo isso eu o faço por causa do Evangelho, para dele participar”( I Cor 9, 19-23). Todos aqueles que assumem o seu encargo de evangelizar participam do evangelho porque se tornaram testemunhas da graça que Deus havia operado em suas vidas.

Que São Paulo, um dos baluartes da vida de missão da Aliança de Cristo Rei, possa nos conceder a mesma ousadia e coragem, dentro do discernimento do Senhor, para que possamos evangelizar com nossas vidas, e ofertar muitas ovelhas ao Rei. Amém!

Paz , bênção e amor!

Fonte de pesquisa: Livro "A Pedagogia de Jesus na formação de seus discípulos."

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